Composição da chapa

André Rocha Cordeiro (PEP – Engenharia de Produção), Bruno Pizzi (PPGP – Psicologia), Carol Quintana (EICOS – Psicossociologia de Comun. e Ecologia Social), Eduardo Dupim (PGGEN – Genética), Eduardo Faria (PPGE – Educação), Igor Pantoja (IPPUR – Planejamento Urbano e Regional), Klarissa Silva (PPGSA – Sociologia e Antropologia), Leonardo Kaplan (PPGE – Educação), Licio Caetano Monteiro (PPGG – Geografia), Luiz Jardim (PPGG – Geografia), Mariana dos Reis Santos (PPGE – Educação), Nathalia Zuniga (PPGCAL – Ciência dos Alimentos), Paula Menezes (PPGSA – Sociologia e Antropologia), Pedro Sampaio (BIOF – Biofísica), Raquel Giffoni (PPGSA-Sociologia e Antropologia), Thaís Vargas (PPGP – Psicologia)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A diferença entre a chapa 2 – “APG em Movimento” - e a chapa 1 – “Vc conhece a APG?!”

No ano de 2009, a APG estava sem gestão eleita e pós-graduandos representantes de diversos programas (Educação, Geografia, Química, Eng. Metalúrgica e de Materias, Eng. Química, Ciência dos Alimentos, etc.) se juntaram para retomar as atividades da APG e fazer uma eleição no final do ano.

Os alunos que haviam se juntado para retomar a APG em 2009 formaram a chapa 2 – A.Pós.Taí  – que venceu as eleições, realizadas em 2 assembléias (uma no Fundão, outra na Praia Vermelha), em dezembro de 2009, convidando os membros da chapa derrotada a fazerem parte das mobilizações da APG em 2010, visto que o objetivo da A.Pós.Tai sempre foi unir os alunos de pós-graduação da UFRJ, pois somente assim consegue-se a organização adequada para atender as necessidades do corpo discente de qualquer Pós-Graduação.
Em 2010, a gestão eleita da APG restituiu a representação discente no Consuni e no CEPG, fez reuniões periódicas, ampliou a participação de diversos programas dentro da APG, realizou reuniões específicas com a Pro-Reitora de Pós-Graduação, com o Sistema Integrado de Bibliotecas, com a Comissão de Biossegurança do CCS, com o Comitê do Plano Diretor, com a Associação Nacional dos Pós-Graduandos, etc. Além disso, apoiou mobilizações locais, em relação às bibliotecas (Psicologia), à falta de funcionários (Geografia), à ameaça de corte de bolsas (Economia Política Internacional), à biossegurança (programas do CCS), à representação discente nos programas (CT), ao direito às cópias de livros (Serviço Social), à necessidade de assistência estudantil para alunos de fora do Rio e não-bolsistas, à questão do produtivismo acadêmico e do financiamento das pesquisas (através da realização de uma mesa-redonda), etc. Essas atividades possibilitaram o aumento da participação dos alunos na APG e a ampliação de nossa rede de contatos na UFRJ. Isso se reflete na própria realização das eleições, divulgada com muito mais antecedência do que em 2009 e com 6 assembléias, possibilitando um maior acesso dos pós-graduandos à participação.

A gestão da APG em 2010 se caracterizou pela abertura à participação, inclusive membros da chapa que perdeu em 2009 participaram ativamente da gestão de 2010 e agora estão na chapa 2 – “APG em Movimento” – assim como alunos de diversos programas que já estavam em movimento – independente de conhecerem ou não a APG. Com esses alunos formamos nossa chapa e pretendemos prosseguir na construção de uma APG ativa, participativa e cada vez mais ampla.


Nós, da chapa 2 – “APG em Movimento”, manifestamos nossa indignação com o rebaixamento do nível do debate político expresso no material da chapa 1 – “Você conhece a APG?”. Querem imputar à atual gestão da APG a culpa pela dificuldade de participação dos pós-graduandos em sua entidade representativa? Ora, nenhuma palavra contra a fragmentação da vida acadêmica dentro dos programas, nenhuma palavra contra o excesso de cobranças em relação à prazos e à produção que fazem com que cada pós-graduando volte-se para sua pesquisa individual ou em seu próprio grupo de pesquisa, nenhuma palavra contra a falta de bolsas e o baixo valor que muitas vezes impede que o pós-graduandos possa se dedicar mais intensamente à vida universitária. Não, nada disso. Pelo argumento da chapa 1, a culpa é dos pós-graduandos que se propuseram a participar da APG, dos representantes que tomaram parte nas atividades da APG, dos alunos que se mexeram para reivindicar seus direitos e promover a integração entre os programas, independente de chapa, gestão ou eleição, se esforçando durante todo o ano de 2010 para ampliar a participação dos alunos na APG, para ocupar os espaços dos pós-graduandos nas instâncias de decisão dentro da UFRJ, para se solidarizar com problemas muitas vezes específicos, que não encontravam solução pela ação individual em cada programa, para informar o mais amplamente possível as atividades dos pós-graduandos, para construir uma entidade representativa sem qualquer apoio financeiro ou institucional, somente pela iniciativa e disposição dos alunos que se propõem a participar.
Nossa proposta para a APG 2011 está exposta em nosso programa com 10 pontos que sintetizam os desafios atuais dos pós-graduandos da UFRJ. O programa da chapa 2 – APG em Movimento – foi construído ao longo de um trabalho contínuo, que tem incorporado demandas e iniciativas de vários centros da UFRJ, de diversos segmentos dos pós-graduandos. É o resultado de um acúmulo de discussões e de tentativas de solução para problemas concretos dos pós-graduandos da UFRJ. E é também um ponto de partida para ampliar a representatividade e a mobilização da APG em 2011. Não é um programa feito de última hora, a partir de uma visão localizada.
A chapa 2 – “APG em Movimento” – é uma expressão do aumento da participação dos pós-graduandos em sua entidade ao longo de 2010. Em relação a 2009, hoje contamos com o dobro de participantes, representando o dobro de programas, espalhados em todos os centros, com exceção do CLA.
O programa da chapa 1 – “Vc conhece a APG?!” aponta questões gerais, muitas delas que já vem sendo realizadas pela atual gestão da APG. Mas não se encontra nenhuma crítica fundamentada à atual gestão da APG ou às propostas da chapa 2. Como estamos interessados em um debate sério de propostas para a APG e respeitamos toda e qualquer crítica (não só as “boas críticas”), vamos responder ponto a ponto todas as questões abordadas no panfleto da chapa 1 – “Vc conhece a APG?”.

Panfleto da Chapa 1 “Vc conhece a APG?”
Respostas da chapa 2
Você conhece a APG??? Não?? Então vote na chapa 1 e passe a conhecê-la!
Nós da chapa 2 -  APG em Movimento - nos recusamos a difundir soluções milagrosas. E queremos que votem em nossa chapa os alunos que conheçam nossas propostas, que votem conscientemente.
“Se você acha que a APG é uma sigla como CCAA, CLC... e realiza cursos de inglês e francês instrumental, você está redondamente enganado (a)!”
Sem comentários.
A APG é a associação de pós-graduandos da UFRJ. Isso não é pouco. Nossa associação deveria ser um instrumento importante capaz de garantir e lutar por nossos direitos na universidade e de envolver, na medida do possível, conjunto dos estudantes na discussão e formulação de projetos que dialoguem com nossas demandas específicas.
A APG é um instrumento de organização coletiva dos pós-graduandos e assim tem sido na atual gestão da APG.
A APG não é uma empresa de marketing encarregada de difundir uma marca ou etiqueta para uma clientela alheia e depois fazer pesquisa de satisfação do consumidor.
A APG possui, inclusive, uma cadeira no Conselho Universitário, esfera máxima de deliberação e discussão das políticas da universidade e por isso pensamos que precisamos ocupar este espaço (e outros!) e tentar interferir nos rumos da nossa universidade a partir de nossos interesses e propostas.
A APG possui uma cadeira no Conselho Universitário ocupada de forma ativa pelo representante (Leo Kaplan) e pela suplente (Nathália Zuniga) em todo o ano de 2010[2], inclusive com intervenções importantes em discussões como o fechamento da fotocópia no S. Social, as ações afirmativas na UFRJ, o pedido de aumento das verbas para a pós no orçamento da UFRJ de 2010, etc.
Fazer a voz dos pós-graduandos da UFRJ ser ouvida, e não apenas a de ½ dúzia de pessoas.
Pelo princípio da representação, o representante da APG no Consuni e os 3 representantes no Conselho de Ensino para Graduados (CEPG) expressam a voz dos pós-graduandos na UFRJ, não a deles próprios.
A UFRJ conta atualmente com cerca de 87 cursos de mestrado e 78 de doutorado. Em 2003 eram 84 e 70, respectivamente. Apesar de termos dobrado o número de vagas na graduação na nossa universidade, a pós não seguiu o mesmo caminho.
A UFRJ possui 93 cursos de mestrado atualmente, incluindo-se os profissionalizantes[3]. O número de vagas de graduação dobrou em relação a que período? Entre 2004 e 2010, a variação das matrículas foi de 28 mil para 45 mil[4], aproximadamente, ou seja, aumento de 62%. Na pós, o aumento foi de 17%. O questionamento que fazemos é que o aumento do número de professores foi de apenas 1% entre 2004 e 2008, e pode chegar a no máximo 13% até 2012, caso o Acordo de Metas UFRJ/MEC seja cumprido. Daí o problema da sobrecarga de trabalho dos professores, com prejuízos para a pós-graduação. O novo projeto de lei da carreira docente apresentado pelo governo desestimula o engajamento docente na pós ao instituir uma aceleração da progressão funcional para os professores que ampliarem sua carga horária na graduação, desconsiderando as aulas na pós[5]. A necessária expansão do ensino na graduação e na pós deve ser acompanhada das condições necessárias para garantia das condições de trabalho e pesquisa, diferentemente do atual sistema em que a produtividade cresce sem as contrapartidas necessárias.
A assistência estudantil ao pós-graduando também pouco evolui. Nós acreditamos que isso está extremamente ligado com o fato de muitos de nós nem sequer saberem da existência da APG, que tem uma atuação muito restrita já há algum tempo.
Pode-se acreditar no que se quiser, mas é preciso argumentar.
Em primeiro lugar, o fato de muitos estudantes não conhecerem a APG não impede que uma parte deles que cada vez mais se engaja nas atividades da APG possa conquistar melhorias concretas para todos os pós-graduandos.
Em segundo lugar, a atuação da APG tem sido cada vez mais ampla – haja visto o número de pessoas e programas envolvidos na chapa 2 – APG em Movimento.
O que isso tem a ver com o fato de a assistência estudantil ao pós-graduando pouco evoluir? A princípio, nada. Tanto o Plano Nacional de Assistência Estudantil instituído em 2010 quanto a Divisão de Assistência Estudantil da UFRJ são restritas à graduação. Essa situação dificultou a evolução da assistência estudantil propriamente voltada para os pós-graduandos. Por conta disso, elaboramos depois de diversas reuniões com a Pro-Reitoria de Pós-Graduação da UFRJ uma proposta de Política de Assistência Estudantil para os Pós-Graduandos para ser apresentada ao CEPG no início do ano que vem (ver no nosso blog). E quando essa questão for levada ao CEPG, será muito importante a capacidade de mobilização dos pós-graduandos.
Quantos alunos dos programas de pós da UFRJ sabem que existe uma entidade que os representa?
Saber que existe não implica necessariamente participação, mas é um passo importante. Nossa proposta de organização da APG pressupõe a ampliação da participação dos alunos, muito mais do que a mera publicidade de uma marca. Descolar conhecimento e participação é só uma estratégia de marketing político, a qual nos recusamos a fazer.
Quantos ficaram sabendo que haverá eleição para esta entidade?
Novamente, quantos? Como podemos mensurar isso? Bem, o número de participantes nas duas chapas aumentou de 2009 para 2010, se vão ser realizadas 6 assembléias, 4 a mais do que em 2009, se o tempo de divulgação e de campanha foi bem maior do que em 2009, podemos concluir que mais pessoas ficaram e ficarão sabendo da eleição para a entidade. Nós, da chapa 2 – APG em Movimento – realizamos 5 reuniões de formação de chapa, amplamente divulgadas, e estamos percorrendo a grande maioria dos programas de pós da UFRJ para convidar os alunos a participar das eleições. Que papel tem cumprido a chapa 1?
Qual foi a atividade acadêmica ou cultural que a APG realizou nos últimos anos?
Em 2010, realizamos uma mesa-redonda na Praia Vermelha sobre o tema “Financiamento das pesquisas e produtivismo acadêmico”, com ampla participação dos pós-graduandos. É claro que precisamos ampliar a variedade e a quantidade de atividades acadêmicas e culturais. E isso é possível de se fazer quando as atribuições políticas mais imediatas estão bem encaminhadas. Em 2010, procuramos retomar a atuação política da APG dentro da UFRJ, o que permite que no ano que vem possamos desenvolver mais amplamente outros tipos de atividades.
Qual foi a luta que a APG travou pela nossa valorização enquanto pesquisadores e pós-graduandos em toda a UFRJ?
Em 2010, tivemos como principais lutas: a melhoria das condições de biossegurança no CCS; a garantia da oferta de bolsas em programas que estavam sob ameaça de corte; a ampliação do orçamento da pós-graduação para garantir as verbas necessárias para a participação dos pós-graduandos em congressos e outras atividades de pesquisa, principalmente nos programas que não possuem Proex; a melhoria no acesso às bibliotecas da UFRJ; a transparência na distribuição de bolsas nos programas; o apoio institucional aos alunos estrangeiros na UFRJ; o acesso à moradia aos alunos que vêm de fora do Rio; dentre outras.
É para reverter este cenário atual que precisamos nos organizar mais para formular e garantir políticas de valorização e de melhoria de nossas condições de estudo.
Reverter qual cenário?
“Precisamos formular”? Sim, nós temos formulado várias políticas. Gostaríamos de conhecer formulações originais da chapa 1 para contribuir com as melhores soluções.
Fazemos parte de um centro de excelência que recebe grandes investimentos em pesquisa e educação. O pós-graduando precisa ser visto como elemento estratégico da universidade e valorizado como tal.
Recebemos grandes investimentos? Sim, se compararmos com outras universidades. Não, se compararmos com o que se paga de superávit primário, com o que se investe na infra-estrutura para a produção de commodities e produtos primários, com os juros pagos ao capital financeiro, etc. Além disso, será que os “grandes investimentos” chegam de forma igual em todas as áreas? Não! É preciso questionar que interesses estão por trás do investimento prioritário em certas áreas, como a de tecnologia para a extração de petróleo, enquanto pesquisas voltadas para problemas concretos da população brasileira permanecem negligenciadas.
Por isso acreditamos que a organização de uma APG presente, ampla e atuante é fundamental.
Sim, sim, estamos de acordo...
O estudante de pós-graduação, porém, na maioria das vezes não tem tempo para se dedicar a APG.
Sim. A dificuldade é grande, são cobranças de prazos, de publicações, a passagem e o aluguel aumentam, às vezes temos que trabalhar por fora. A vida do pós-graduando é dura. Por isso, a entidade deve se constituir de forma colaborativa, cada programa se mobilizando internamente e se conectando com os demais através da APG para as demandas coletivas.
Por isso é necessária a participação de muitos pós-graduandos na APG, atuando através de comissões de trabalho, de maneira a dividir as tarefas e melhorar a realidade dos pós-graduandos da UFRJ. Por isso, participe das Assembleias e construa esse projeto!
Sim, precisamos de muitos pós-graduandos participando, e de diferentes programas, para que a APG possa ser mais representativa do conjunto dos alunos. Isso inclui não só aqueles que ganham as eleições, mas também aqueles que se candidatam e se propõem a participar, mesmo que percam as eleições. Não adianta nada só se mexer nas eleições, o movimento da APG se constrói de forma contínua, é essa a proposta da chapa 2, por isso o nome APG em Movimento.


Se a pergunta “Vc conhece a APG?” como nome de chapa faz algum sentido, devemos nos perguntar também: quem é a chapa 1, o que estiveram fazendo durante os dois últimos anos, o que fizeram para que a APG fosse mais conhecida, o que fizeram para ampliar a mobilização dos pós-graduandos em seus próprios programas e na UFRJ como um todo?
Nós, da chapa 2 – APG em Movimento – temos nossas práticas e nossas propostas para apresentar.




[2] Leia as atas de 2010 no site do Consuni: http://www.consuni.ufrj.br/
[3] Ver site da PR-2: http://www.pr2.ufrj.br/
[4] Adufrj. Orçamento para a educação: a expansão das IFES e da UFRJ. 4 jan 2010, pg. 8


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